AI denuncia abusos e massacres de Israel contra palestinos
1 de março de 2014
GENOCÍDIO COM APOIO NORTEAMERICANO E EUROPEU
•
A
Anistia Internacional (AI) denunciou o Estado de Israel nesta
quarta-feira pelo abuso da força e "cruel indiferença à vida humana"
demonstrada com o massacre de dezenas de adultos e crianças palestinas
na Cisjordânia nos últimos três anos.
Em um relatório intitulado "Gatilho fácil: o uso
excessivo da força por parte de Israel na Cisjordânia", a organização
assegura que o exército e a polícia israelenses cometem constantes
abusos dos direitos com uma utilização "desnecessária, arbitrária e
brutal" da força nos territórios ocupados da Palestina e fazem-no com
"quase total impunidade".
Segundo as Nações Unidas, pelo menos 45 palestinos
morreram na faixa cisjordaniana nas mãos das forças de segurança
israelenses desde 2011.
A Anistia acrescenta que documentou, por sua parte, o
assassinato de pelo menos 22 civis palestinos na Cisjordânia no ano
passado, a maioria menores de 25 anos, dos quais pelo menos 14 morreram
durante protestos e pelo menos quatro eram crianças.
Entre os mortos e feridos havia manifestantes pacíficos,
transeuntes, ativistas de direitos humanos e jornalistas, que não
pareciam colocar "uma ameaça direta ou imediata à vida" e em alguns
casos há inclusive provas de assassinatos indiscriminados, o que
equivaleria a crimes de guerra, segundo a AI.
"Este relatório apresenta provas que revelam uma
horrorosa pauta de mortes ilegais e ataques indiscriminados de civis
palestinos por parte das forças israelenses na Cisjordânia", declarou o
diretor do programa para o Oriente Médio e norte da África, Philip
Luther.
"A frequência e persistência do abuso excessivo e
arbitrário da força contra manifestantes pacíficos na Cisjordânia por
soldados e policiais israelenses - e a impunidade que desfrutam os
autores - sugerem que se efetua como parte de uma política",
acrescentou.
Segundo o relatório, nos últimos três anos pelo menos
261 palestinos, 67 deles crianças, ficaram gravemente feridos com arma
de fogo, enquanto mais de 8.500 (1.500 deles menores) o foram com outro
tipo de armas, como balas de metal forradas de borracha ou gás
lacrimogêneo.
"O impactante número de feridos é um lembrete do
incessante perigo que afrontam diariamente os palestinos que vivem na
faixa da Cisjordânia", afirmou Luther.
Várias pessoas foram atingidas pelas costas, o que,
segundo o diretor do programa do Oriente Médio e norte da África, sugere
que estavam fugindo e não representavam nenhuma ameaça contra as forças
israelenses.
Em outras ocasiões, os soldados dispararam contra
pessoas que simplesmente atiravam pedras. Luther denunciou que as
investigações realizadas sobre mortes suspeitas por parte de Israel
evidenciam um sistema "tristemente inadequado".
"Não é independente nem imparcial e carece de toda
transparência", advertiu o porta-voz da AI, que instou as autoridades do
Estado judeu a efetuar investigações "rápidas e rigorosas" sobre
supostos abusos por parte das forças de segurança.
A Anistia lembrou que nos últimos anos a Cisjordânia foi
palco de várias protestos contra a prolongada ocupação israelense e as
práticas repressivas das forças de ocupação.
Estas incluem, detalha, a expansão ilegal dos
assentamentos, o muro de separação de 800 quilômetros de longitude,
destruição de casas e despejos de inquilinos, controles e revisões
militares e restrição de movimentos e discriminação dos palestinos.
Os protestos, segundo a AI, também se realizam contra a
detenção de milhares de palestinos e como resposta aos ataques militares
de Israel em Gaza e pela morte de civis nas manifestações e em batidas.
A Anistia pede às autoridades israelenses que ordenem às
forças de segurança "frear o uso de força letal" a não ser que exista
ameaça e respeitem o direito dos palestinos à manifestação pacífica.
Também reivindica aos Estados Unidos e à União Europeia
que suspendam "todas as transferências de armas, munição e outros
equipamentos a Israel".
http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/ai-denuncia-abusos-e-massacres-de-israel-contra-palestinos,0617ebd04c964410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
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